O Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria nesta segunda-feira (21) com os nomes dos novos integrantes do conselho que irá assessorar o órgão responsável por avaliar os cursos de pós-graduações do país (mestrado, doutorado e pós-doutorado). O mandato é de três anos.
Pela lista, fazem parte do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes):
Marcelo Marcos Morales: secretário de Estado de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
Ricardo Hasson Sayeg: diretor do Programa de Pós-Graduação - Mestrado e Doutorado da Universidade Nove de Julho (Uninove)
Otavio Luiz Rodrigues Junior: professor associado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da Rede de Pesquisa de Direito Civil Contemporâneo;
Fernando Bacal: diretor da Unidade Clínica de Transplante Cardíaco do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, em São Paulo;
Abilio Afonso Baeta Neves: ex-secretário de educação superior do MEC e ex-presidente da Capes;
Silvia Maria Stortini Gonzalez Velazquez: professora de engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e adjunta da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI);
Patrícia Rieken Macedo Rocco: ex-coordenadora da graduação e pós graduação do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Márcia Perales Mendes e Silva: ex-reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas;
Luiz Roberto Liza Curi: conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE)
Carlos Henrique de Carvalho, representante do Fórum Nacional dos Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação
Flávia Calé, representante da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG)
Além de avaliar os cursos de pós-graduações do país, a Capes também é responsável por divulgar as informações científicas, promover a cooperação internacional e atuar na formação de professores da educação básica.
Em abril, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou a exoneração do então presidente da Capes Benedito Guimarães Aguiar Neto. A nomeação de Aguiar, ainda na gestão Abraham Weintraub, provocou grandes críticas por ele ser defensor do criacionismo, teoria que se baseia na fé na criação divina, ou seja, que Deus criou a vida.
Na época da exoneração, Ribeiro disse que o próximo presidente seria "um profissional de perfil técnico e acadêmico, cujo nome será divulgado oportunamente". Ele não explicou a razão para a mudança.
Ainda em abril, Ribeiro nomeou a advogada e reitora do Centro Universitário de Bauru Cláudia Mansani Queda de Toledo como nova presidente da Capes. Antes, a faculdade particular tinha o nome de Instituto Toledo de Ensino (ITE), onde Milton Ribeiro se formou em direito em 1990.
A escolha de Toledo também rendeu críticas. Ela coordenava um curso de mestrado que tirou nota 2 na avaliação da Capes, e teve descredenciamento recomendado pela própria entidade em 2017. Em 2020, após revisão pelo Conselho Superior da Capes, a nota foi elevada para 4 e o curso voltou ao sistema.
Os reitores da Universidade São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicaram um manifesto contra a nomeação. Segundo eles, Queda de Toledo não tem a formação e a experiência exigidas para o cargo.
A Sociedade Brasileira de Física e a de Química também criticaram, afirmando que ela não tem a formação exigida para a função.