As autoridades de todo o mundo devem considerar totalmente vacinada qualquer pessoa que tenha sido inoculada com soros aprovados pela OMS e os principais órgãos de saúde, especialmente para viagens ou reuniões, considerou nesta quinta-feira (1) o sistema Covax.
Esta posição coincide com a entrada em vigor, nesta quinta-feira, do passe sanitário nos 27 países da UE, mais Suíça, Liechtenstein, Islândia e Noruega.
Porém, em decisão criticada por muitos países, principalmente africanos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não reconhece a vacina AstraZeneca (Covishield) fabricada na Índia, o que garantiria o direito de acesso a esses países. A EMA estima que existem possíveis "diferenças" na sua fabricação.
Para os parceiros do mecanismo Covax, qualquer medida que exclua pessoas protegidas com alguma das vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de certo benefício, "criaria um sistema de duas velocidades, o que aumentaria ainda mais a lacuna entre as vacinas e agravaria as desigualdades que já foram observadas na distribuição dos imunizantes contra a Covid".
"Isso impactaria negativamente o crescimento das economias que mais sofreram" até agora, insiste o programa Covax, uma parceria entre a OMS, a Aliança das Vacinas (Gavi) e a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi).
E, além disso, o grupo considera que isso abala ainda mais a já frágil confiança na vacinação, principalmente com a AstraZeneca.
O sistema Covax tem se apoiado principalmente na vacina AstraZeneca fabricada pelo Serum Institute of India, que não é reconhecida pela EMA.
Mais de 91 milhões de doses foram distribuídas em 133 países, bem abaixo das previsões, já que a Índia bloqueou sua exportação para inocular sua própria população como prioridade.
No que diz respeito à UE, os países são obrigados a aceitar em seu território os viajantes vacinados com as quatro vacinas autorizadas no bloco: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson.
No entanto, os Estados-membros podem, mas não são obrigados, a admitir pessoas vacinadas com produtos autorizados em alguns países da UE (como a Sputnik V russa usada pela Hungria), ou aprovados pela OMS (como a chinesa Sinopharm e a Covishield, amplamente utilizada na África).
A OMS concedeu a aprovação de emergência para as vacinas anticovid Sinovac, Sinopharm, Moderna, Pfizer-BioNTech, os dois soros AstraZeneca, fabricados na Índia e na Coreia do Sul (a OMS considera isso para duas aprovações embora o produto seja idêntico) e Johnson & Johnson (Janssen).