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Cultura

Quinteto Violado em "Palavra Acesa" reforça o fazer artístico do Nordeste em remake de "Renascer"

Versão original da música que integrou o folhetim em 1993, volta ao remake e acompanha Tião Galinha vivido por Irandhir Santos

Publicada em 26/02/24 às 10:09h - 55 visualizações

Por Germana Macambira


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Quinteto Violado em
 (Foto: Quinteto Violado - Foto: Reprodução/Instagram)
Se estas linhas que se seguem viessem em branco, apenas com a sugestão de rememorar a cena de entrada de Tião Galinha (Irandhir Santos) no remake de "Renascer", na última quarta-feira (21), com o pitaco de, ao mesmo tempo, ouvir a cantoria do Quinteto Violado em "Palavra Acesa", um Nordeste elucidado em sonoridade e força estaria a postos.

De Zé Dantas e Luiz Gonzaga, do Agreste ao Sertão, e em sotaque e brados exclamados pelo ator pernambucano em meio a um banho de lama no mangue, cuja atuação irretocável e assentimento de que "Nós semo (sic) tudo filho de Deus, semo (sic) bicho, merecemos ser feliz nessa vida", foi a porta de entrada para mais um capítulo à parte do fazer artístico local em horário nobre.

A inserção de Tião Galinha no folhetim, personagem emblemático vivido com a mesma maestria que, decerto, Irandhir tem/terá, por Osmar Prado em 1993 - primeira versão da novela de Benedito Ruy Barbosa -  serviu como pano de fundo para outro (re)início: a composição "Palavra Acesa" de Fernando Filizola e José Chagas, do disco "Até a Amazônia" (1978), fato que endereça os telespectadores do País a um pedaço (gigante) dele mesmo.

"Acompanho a novela desde o primeiro capítulo, e o personagem que a nossa música vai emoldurar é exatamente Irandhir, pernambucano. Encontrei com ele e disse que ia ser mantida a música na versão original, e ele vibrou", contou Marcelo Melo, remanescente da primeira formação do grupo que teve em Filizola um dos fundadores, em visita à Rádio Folha ao lado dos também componentes Dudu Alves e Roberto Medeiros - também integram o Quinteto, Ciano e  Sandro Lins.

"Palavra Acesa" original
Sobre a expectativa da composição voltar com o remake de "Renascer", Dudu Alves conta que a grande surpresa para o grupo foi tê-la de volta em sua versão original, fato que nem sempre é praticado pela emissora ao compor a trilha sonora dos folhetins. 

"Na maioria das vezes a Globo procura fazer novas versões e traz uma atualização (das músicas). Mas no caso da nossa, quando a emissora entrou em contato, pediram autorização para a versão original, e foi uma surpresa", ressalta o tecladista, complementado por Marcelo, que lembrou também da versão instrumental feita pelo Quinteto é utilizada para acompanhar o Tião Galinha vivido por Osmar Prado.

"Na época foi usada em alguns momentos só a parte instrumental. De repente vai ser usada assim também em algum movimento do Tião Galinha com Irandhir", comentou .

Para além da versão que saúda Fernando Filizola, que se foi aos 76 anos em março de 2023, em decorrência de problemas surgidos em uma cirurgia no pulmão, "Palavra Acesa" já havia sido "mexida" por Zeca Baleiro, para celebrar o conterrâneo José Chagas - com seus poemas no repertório do disco "A Palavra Acesa de José Chagas" (2014, Saravá Discos) - trabalho que conta com nomes como os de Chico César, Fagner, Lula Queiroga e Silvério Pessoa entre os convidados de Baleiro.

E tome trilha pernambucana em "Renascer"
Além da música do Quinteto dedicada a Tião Galinha, o casal protagonista da segunda fase da novela, interpretado por Marcos Palmeira (José Inocêncio) e Theresa Fonseca (Mariana) é acompanhado pela composição dos pernambucanos Isabela Moraes e Almério, respectivamente artistas agrestino de Caruaru e Altinho.

Ao receber a letra enviada por eles, Maria Bethânia não hesitou em firmar parceria com Almério para, em dupla, lançar "Quero Você""P

Já o recifense Martins deu voz a "Jardim da Fantasia", de Paulinho Pedra Azul - em versão que também foi dada ao casal principal do remake, em sua primeira fase, vivido por Humberto Carrão (José Inocêncio) e Duda Santos (Maria Santa).

"Azougue", de Nando Cordel, também compõe a trilha, tomada ainda pelo Nordeste brasileiro representado por nomes como Elba Ramalho, Xangai e Chico César entre eles.




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