A senadora Simone Tebet (MDB), que ganhou notoriedade nacional ao concorrer à Presidência da República e também durante a participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, disse que em sua vida política sempre notou a diferença de tratamento exclusivamente por ser mulher. Para a senadora, a mulher precisa ser "melhor para ser considerada igual", devido ao tratamento e às cobranças em cima das mulheres.
"Desde o primeiro dia. A mulher, lamentavelmente, na vida pública, ela tem que ser melhor para ser considerada igual, mas hoje, eu acho que está menor. Eu hoje sei que no Senado, muita gente que gostaria de me enfrentar tem medo", comentou Tebet sobre a diferença de tratamento, em entrevista ao Fantástico, transmitida nesse domingo (21).
Durante a CPI da COVID, Tebet liderou a participação feminina nas reuniões. Composta por apenas homens, a comissão investigou a conduta do governo do presidente Bolsonaro (PL) no combate à pandemia.
Tebet foi uma das senadoras, que, apesar de não ter cargo oficial na comissão, esteve presente na maioria das sessões interrogando investigados. Durante a CPI, ela lutou pela participação das mulheres na comissão.
Ao comentar a participação na comissão, a senadora disse que se "a mulher fala baixo, ela é frágil" e "se ela se impõe, ela é histérica, é descontrolada" e afirma que "são dois termos que a mulher não pode aceitar nunca.
Tebet disse ainda que espera que o próximo presidente, após o término do mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja uma mulher e que não precisa ser ela, apenas democrata. "De preferência uma mulher, não precisa ser eu. Quem sabe uma mulher negra, para mostrar a cara do Brasil", ressalta a parlamentar.