Em dia de tensões no mercado financeiro, o dólar voltou a subir e fechou acima de R$ 5 pela primeira vez em 10 dias. A bolsa de valores chegou a abrir em alta, mas reverteu o movimento e passou a cair ainda durante a manhã.
O dólar comercial encerrou a quinta-feira (1º) vendido a R$ 5,045, com alta de R$ 0,072 (+1,45%). Na primeira hora de negociação, a moeda operou em baixa, mas passou a disparar por volta das 10h30 até fechar próxima da máxima da sessão.
A instabilidade também persistiu no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 125.666 pontos, com recuo de 0,9%. O indicador está no menor nível desde 28 de maio.
Esse foi o terceiro dia seguido de alta do dólar e de queda na bolsa. Fatores internos e externos estão interferindo no mercado. No plano externo, o dólar vem ganhando força contra as principais moedas do planeta com a expectativa em torno da divulgação do relatório que deve mostrar aceleração da criação de empregos nos Estados Unidos.
Um desempenho melhor que o esperado deve reforçar a expectativa de aumento de juros na maior economia do planeta antes do fim de 2022. Taxas mais altas em economias avançadas pressionam o dólar e a bolsa em países emergentes, como o Brasil.
No plano interno, as tensões políticas e as repercussões em torno da proposta da segunda fase de reforma tributária continuam a influenciar as negociações. Apresentado na última sexta-feira (26), o texto propõe o retorno da tributação sobre dividendos (atualmente isentos) e o fim do benefício fiscal dos juros sobre capital próprio.